Foi realmente maravilhoso chegar na
Artelaria e poder ligar a torneira e ter água, sei que parece
cotidiano e comum, mas não foi o
cotidiano da
Artelaria há meses.
Parecíamos, eu
Liana e Dado,
nordestinos fugidos do
interior do Ceará que
havíamos acabado de nos deparar com a praia, e foi bom sentir alegria por algo tão simples...essencial, mas simples .
Nesse Ocupa-se,o primeiro do ano, tivemos a ilustre presença de
Verônica Valentino com sua banda ''
Verônica Decide Morrer'', dirigida por
Murilo Ramos a banda trazia um ar
retrô, senti-me em um cabaré dos anos 20 ou 30,nunca fui bom com décadas, pouco iluminado só que cercado de pessoas dos anos 2000.
Tivemos a apresentação de
Liana Cavalcante, que devido a impossibilidade de deixar o meu posto não pude acompanhar.
Liana Cavalcante é
atriz formada pelo Curso de
Licenciatura em Teatro do
IFET, bailarina do grupo CEM e integrante e dona do Teatro das Moiras,
kkkk.
Liana possui um pesquisa voltada para o ritual e sagrado,
estudiosa,admiradora, fã, mulher e amante de
Antonin Artaud,dramaturgo, poeta e
ator,
de onde oriunda toda a sua pesquisa.
Como era de se esperar quando menos se espera algo de
inevitável,aos olhos daqueles que frequentam boates e
ambientes absolutamente mortais e previsíveis,ocorre e foi o que denominei a uma menina que queria entrar,mas não estava ouvindo o
batidão, de Momento Mozart.Ministrado por
Igor Salgado,que recentemente me
dera uma cópia do Vaso Azul de
Cezánne pintado por ele,MORRA!,
instaurou-se um clima de século XVI de fato
esplêndido,
kkkk.Estudante de Belas Artes e artista plástico,
Igor nos agraciou com músicas leves e
revigorantes(percebe a tentativa de escrita rebuscada?,
kkkk),adoraria ver todos dançando
minueto e outras danças de corte,que fino!.Passados alguns instantes voltamos aos adoráveis ataques
epiléticos eletrônicos,
rsrsr.
Silvia Moura?,foi pra rua
né!,começou com um banco e tal hora já estava no meio da avenida da Universidade executando seus clássicos
jetés,
grand battments e
developpes seguidos de
contrações e braços em "V",que é a cara dela, típicos de saudação solar, rsrsrs...enfim.Acompanhada por Paulo José,
padedezaram e pararam a festa e eventualmente os carros também.De resto tudo ocorreu como de costume:pessoas bebendo, pessoas sorrindo, pessoas chorando(teve sim eu vi!), pessoas se agarrando, pessoas brincando,
pessoas sofrendo com um salto que não tem hábito de usar, mas não desistem pois querem mais é dar
closed, mas o mais importante,e sem sentimentalismo barato, é ver gente, gente viva se socializando, feliz vendo dança, se abraçando.O que me resta é ficar quieto observando forçando uma invisibilidade de presença quando a roupa grita,querendo ser vista.
O primerio Ocupa-se do ano e é bom saber que sou uma peça importante dessa empreitada de sobrevivência alternativa,de sobrevivência de um espaço(com água!,rsrsr),de um ideal.É bom estar na porta, na entrada, dentro.Até mais vê
Felipe Damasceno.